Ela chegou...no rosto trazia um sorriso pintado com as cores da inocência de outros tempos, os tempos da adolescência em que tudo tinha outra magia, a magia das descobertas.
Do primeiro amor, de um beijo sonhado...
Podia sentir de novo as borboletas que tinham o péssimo habito de dançar, rodopiar no seu estômago e que lhe causavam aquela sensação tão estranha que nunca soube explicar.
Mas porquê agora esta mesma sensação?...afinal já não tem mais quinze anos, já não é mais uma menina.
Apesar de tudo é assim mesmo que se sente, como se num passe de mágica o tempo tivesse voltado atrás e ela tivesse apenas idade para sonhar.
Mas não, não era sonho, ela estava mesmo ali...e sabia que ele esperava por ela, embora não soubesse o que esperava DELA.
E foi com os olhares que se tocaram pela primeira vez...como nunca o tinham feito.
As palavras atropelavam-se umas ás outras, houve momentos em que ela pensou não conseguir dar sentido ás palavras, ordena las, pó-las como ela queria,..teimosas, sempre a medir forças, mas afinal quem manda!?ela nos sentimentos ou seriam eles que mandavam nela!?..
No meio desta confusão de emoções a conversa fluiu e o tempo passou, passou rápido de mais, nem deram conta dele, dissimulado...
O sol que se tinha mostrado envergonhado acabou por se esconder por completo, seria por sentir que a hora da despedida estava aí mesmo a chegar?..era bem provável.
Os sorrisos eram agora um pouco mais melancólicos, assim como a chuva miudinha que começava a cair.
Só ela e apenas ela seria testemunha do beijo que trocaram.
Um beijo que a fez sentir o coração bater mais forte, descompassado, como se fosse um passarinho assustado.
De novo as borboletas e de novo a sensação de ser novamente uma menina...só que agora o tempo era outro, era tempo de por os pés no chão e seguir o caminho que escolheu, o seu caminho...
E é de lá que continua a sorrir de cada vez que aquelas borboletas passam por ela e ensaiam um passo de dança..
Ele também seguiu o seu caminho, ainda com o sabor daquele beijo doce na sua boca, sabor a pouco diz ele...
Será que o voltará a sentir?
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